No dia 4 de julho de 1934, o mundo se despediu de Marie Curie, uma das figuras mais notáveis da ciência moderna. Pioneira no estudo da radioatividade, a pesquisadora franco-polonesa conquistou feitos inéditos: tornou-se a primeira mulher a ganhar um Prêmio Nobel e, além disso, permanece a única pessoa laureada em duas áreas científicas distintas — Física, em 1903, e Química, em 1911.
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Entretanto, a influência de Marie Curie não terminou com sua morte. Seu corpo, sepultado no Panteão de Paris, continua emitindo radiação e, segundo os especialistas, permanecerá assim por pelo menos 1.500 anos. Por esse motivo, seu túmulo foi revestido com uma proteção de chumbo de aproximadamente três centímetros, garantindo a segurança dos visitantes.
Marie Curie revelou ao mundo elementos como o polônio e o rádio, além de ter sido responsável por cunhar o termo “radioatividade”. Contudo, na época, os perigos da exposição prolongada à radiação ainda eram desconhecidos. Ela transportava amostras em seus bolsos e manipulava substâncias altamente perigosas com as próprias mãos. À noite, encantava-se com o brilho dos frascos, sem saber que aquele fascínio silencioso era mortal. Com o tempo, a exposição contínua provocou anemia aplástica — a doença que a levou à morte.
Curiosamente, não apenas seu corpo permanece radioativo. Seus cadernos, roupas e até mesmo os móveis de seu antigo laboratório continuam contaminados e precisam ser armazenados em recipientes especiais, com acesso restrito. Cada objeto carrega traços de um tempo em que o desconhecido era explorado com coragem, mas também com risco.
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Por fim, o exemplo de Marie Curie vai além de suas descobertas. Sua trajetória ressalta a importância da pesquisa científica, mas também nos lembra das consequências de avançar rumo ao desconhecido sem proteção adequada. Sua história é, acima de tudo, um tributo à bravura intelectual e ao preço que, às vezes, ela exige.
