Um novo marco na observação da Terra foi alcançado com o lançamento do satélite NISAR (NASA-ISRO Synthetic Aperture Radar), fruto de uma parceria entre a agência espacial norte-americana (NASA) e a Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO). A missão promete transformar o monitoramento de desastres naturais e mudanças ambientais ao redor do planeta.
Lançado na quarta-feira (30), às 9h10 (horário de Brasília), a partir do Centro Espacial Satish Dhawan, na Índia, o NISAR leva a bordo dois sistemas de radar de abertura sintética — um americano e outro indiano — capazes de detectar alterações mínimas na superfície terrestre. O foguete usado na missão foi o GSLV-F16, um veículo de lançamento geossíncrono da ISRO.
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Tecnologia de ponta para prever catástrofes
O satélite fará 14 passagens por dia ao redor da Terra, permitindo que cada ponto do planeta seja analisado com alta frequência. A cobertura dupla a cada 12 dias permitirá identificar com precisão mudanças de poucos centímetros na crosta terrestre, contribuindo para a previsão e resposta a eventos como terremotos, deslizamentos de terra e inundações.
Além do monitoramento geológico, o NISAR será essencial para acompanhar o recuo de geleiras, a degradação de florestas e a produtividade de áreas agrícolas. Os dados obtidos estarão disponíveis ao público, ampliando as possibilidades de uso por cientistas, governos e instituições humanitárias em todo o mundo.
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Avanço na cooperação internacional
O NISAR é a primeira missão colaborativa entre a NASA e a ISRO com um sistema radar de uso compartilhado e operação conjunta. Segundo especialistas, a iniciativa marca um novo patamar na cooperação científica internacional e no uso do espaço em benefício da mitigação de riscos climáticos e ambientais.
O uso da tecnologia de radar de micro-ondas, desenvolvida pela NASA, permitirá ao satélite capturar imagens mesmo sob nuvens densas ou à noite — um diferencial importante para resposta rápida a emergências.
Com o NISAR em órbita, cientistas esperam melhorar substancialmente o tempo de resposta a desastres naturais, além de avançar no conhecimento sobre os impactos das mudanças climáticas sobre o planeta.