O Instituto de Defesa dos Consumidores (Idec) divulgou, nos últimos dias, um levantamento que apontou que a maioria das informações sobre quantidade de proteína em alimentos e bebidas vendidos nos supermercados pode induzir o consumidor ao erro.
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A popularidade de produtos alimentícios proteicos acompanha o aumento no interesse pela prática de atividade física e pela busca de um estilo de vida mais saudável.
O levantamento foi feito virtualmente entre os dias 9 e 16 de maio, sob uso do website de uma grande rede nacional de supermercados. Foram identificados 60 produtos, dos quais 52 atenderam aos três seguintes critérios: apresentar alegação de proteína no rótulo; ser classificado como ultraprocessado pela classificação Nova de alimentos, desenvolvida pela USP, e declarar o ingrediente responsável pela fortificação proteica entre os cinco primeiros da lista de ingredientes.
Nos 52 produtos, foram encontradas 65 alegações relacionadas à proteína. Os resultados demonstraram que a maioria dessas alegações é referente à quantidade (44 delas) e que as presentes em 11 produtos podem levar os consumidores ao erro.
Ademais, foi observado que alimentos que antes eram minimamente processados ou processados tornaram-se ultraprocessados apenas para atender à tendência de fortificação proteica, contrariando os princípios do Guia Alimentar.
“A adição de proteína nessa categoria de produtos não representa benefícios reais devido à sua composição, trazendo, na verdade, potenciais malefícios. Os alimentos in natura ou minimamente processados, como os diferentes tipos de feijão, a lentilha, os ovos, o leite e seus derivados, são mais benéficos por oferecerem qualidade nutricional sem os prejuízos do ultraprocessamento”, afirma Mariana Ribeiro, nutricionista do programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Idec.