Caramujo sul-americano que regenera os olhos pode ajudar no tratamento de doenças humanas

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Pesquisadores estão estudando uma espécie de caramujo sul-americano com impressionante capacidade de regenerar os próprios olhos, na busca por avanços no tratamento de lesões e doenças oculares em humanos.

O Pomacea canaliculata, conhecido como caramujo-maçã-dourado ou aruá, é um molusco de água doce originário da América do Sul. Apesar de ser considerado uma praga agrícola em diversas partes do mundo, seu potencial regenerativo vem chamando atenção da comunidade científica.

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Segundo estudo publicado na revista Nature Communications, os aruás são capazes de regenerar completamente os olhos após amputações, em um processo que pode levar poucos meses. A pesquisa foi liderada por cientistas da Universidade da Califórnia em Davis, nos Estados Unidos.

De acordo com a bióloga Alice Accorsi, que assina o artigo, os olhos desses caramujos funcionam de forma semelhante a câmeras de alta resolução e compartilham características genéticas com os olhos humanos. “Após a regeneração, o novo olho tem morfologia e expressão gênica praticamente idênticas ao original”, afirmou.

O estudo utilizou técnicas como dissecação, microscopia, análise genômica e a ferramenta de edição genética CRISPR/Cas9. Entre os achados, os cientistas identificaram a importância do gene PAX6 – essencial também para o desenvolvimento ocular humano. Quando esse gene foi desativado, os caramujos perderam a visão.

Com as descobertas, os aruás se tornam um modelo promissor para a ciência entender melhor como os olhos se desenvolvem e se regeneram. Os próximos passos da pesquisa envolvem estudar o papel do PAX6 na regeneração e mapear outros genes relacionados às estruturas oculares, como retina, córnea e lente.

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Embora ainda não haja aplicações imediatas para humanos, os cientistas acreditam que o conhecimento genético adquirido com o caramujo pode abrir caminho para futuras terapias de regeneração ocular.

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