Quem nunca viu alguém jogar um punhado de sal no gelo para acelerar o resfriamento das bebidas em um cooler? A prática é comum em festas, churrascos e até mesmo na praia, mas o que muitos tratam como “truque popular” tem, de fato, explicação científica.
O que acontece quando se mistura sal e gelo
De acordo com a química, ao adicionar sal ao gelo ocorre um fenômeno chamado depressão crioscópica. O sal reduz o ponto de congelamento da água, fazendo com que o gelo derreta mais rápido e atinja temperaturas abaixo de 0 °C. Em vez de manter-se apenas no limite do congelamento, a mistura pode chegar a níveis bem mais baixos, o que intensifica a troca de calor com as latas ou garrafas em contato com ela.
Ou seja, o gelo derrete mais depressa, mas no processo rouba calor do ambiente — e principalmente das bebidas — fazendo com que elas resfriem em menos tempo.
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Mais rápido do que se imagina
Na prática, esse mecanismo pode levar uma garrafa de cerveja, por exemplo, a atingir os 4 °C ideais em apenas cinco a dez minutos após ser imersa no gelo com sal. É justamente esse efeito endotérmico — quando o derretimento absorve calor — que transforma a mistura em um “acelerador” natural da refrigeração.
Não conserva, acelera
Ao contrário do que muitos pensam, adicionar sal não conserva o gelo por mais tempo. O resultado é o oposto: ele derrete mais rapidamente. Mas é justamente essa reação que faz a temperatura das bebidas cair de forma brusca.
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Um exemplo da natureza
O mesmo princípio pode ser observado em ambientes naturais. No nível do mar, a água congela a 0 °C, mas se a solução tiver 10% de sal, o congelamento só acontece a −6 °C. Já com 20% de concentração, o ponto de congelamento despenca para −16 °C.
Em resumo: salgar o gelo não é apenas truque de bar, mas ciência aplicada ao cotidiano. Uma prática simples que transforma a pressa em beber gelado em resultado garantido.
