Guia turística morre durante visita ao Coliseu em meio ao calor extremo

Data:

A morte da guia turística Giovanna Maria Giammarino, de 56 anos, no Coliseu de Roma, reacendeu o debate sobre os riscos do calor extremo na capital italiana e a necessidade de adaptação dos horários de visita às principais atrações históricas.

Giammarino sofreu um infarto fulminante na noite de terça-feira (19), enquanto conduzia um grupo de turistas pelo anfiteatro sob altas temperaturas. Apesar das tentativas de reanimação feitas por visitantes e equipes de emergência, ela não resistiu e morreu no local.

++ Casos de hepatite A crescem quase 55% no Brasil após queda

Calor extremo como “nova realidade”

O episódio ocorreu poucas semanas após a Federação Mundial das Associações de Guias Turísticos alertar que o calor extremo deixou de ser uma exceção e passou a ser uma realidade permanente, que exige adaptações urgentes.

Em nota, a Associação de Guias Turísticos Certificados da Itália (AGTA) afirmou que a tragédia expõe o desgaste físico imposto pela profissão e reforçou o pedido para que os horários do Parque Arqueológico do Coliseu sejam revistos.

Atualmente, o local funciona das 8h30 às 19h15 entre março e setembro. A AGTA propõe que, no verão, o funcionamento seja alterado para 7h às 20h15, reduzindo a exposição de turistas e trabalhadores aos horários mais quentes do dia.

++ Conheça o adesivo capaz de monitorar a pressão arterial

Reivindicações antigas

Segundo a associação, a solicitação de mudanças já foi feita há três anos, sem resposta das autoridades. “Não faz sentido discutir uma ‘emergência do calor’ todos os anos como se fosse algo novo. A mudança climática é um fato, e trabalhar no Fórum Romano entre 10h e 16h tem sido insuportável”, destacou a entidade.

Além do impacto físico, a AGTA chamou atenção para as condições econômicas precárias da categoria, que obrigam muitos profissionais a manter jornadas exaustivas mesmo sob riscos à saúde.

Repercussão

Em gesto simbólico, as luzes do Coliseu foram apagadas às 21h da quarta-feira (20) em memória da guia. O ministro da Cultura da Itália, Alessandro Giuli, lamentou a morte e destacou que o caso “sublinha poderosamente o valor humano e profissional daqueles que protegem e preservam o patrimônio histórico e artístico do país”.

A federação nacional de guias turísticos, Federagit, também reforçou o pedido para antecipar em uma hora a abertura do parque, medida que poderia reduzir os riscos à saúde de visitantes e trabalhadores.

Francesca Duimich, representante de 300 guias de Roma, acrescentou: “O fórum é uma armadilha; não há sombra nem vento. Estar lá ao meio-dia ou às 14h no calor intenso significa que você vai passar mal”.

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Compartilhe:

Newsletter

spot_imgspot_img

Popular

Leia mais
Veja também

Bród, o fiel cão presidencial que conquistou corações

Bród, um Bernese Mountain Dog, tornou-se o companheiro mais...

O homem que desafiou a morte seis vezes: o mistério de Ismail Azizi, da Tanzânia

Ismail Azizi, nascido na Tanzânia, afirma ter enfrentado a...

Vencedora de loteria Jamaicana usa máscara de emoji para esconder identidade da família

Uma moradora de Trelawny, na Jamaica, conquistou o equivalente...