Na aldeia Vila Batista, situada em Parintins, no Amazonas, vivem 280 membros do povo Sateré-Mawé. Eles preservam uma tradição essencial que simboliza a passagem da adolescência para a vida adulta: o “Ritual da Tucandeira”. Nesse ritual, os jovens colocam uma luva de palha, recheada com formigas tucandeiras, e enfrentam a dor intensa causada pelo veneno desses insetos.
Preparação do ritual
Primeiramente, o ritual começa com a captura das formigas tucandeiras, conhecidas por seu veneno, que pode provocar febre intensa e durar dias. No dia da cerimônia, essas formigas são colocadas em uma cerâmica com água e folhas de cajueiro, o que as anestesia e facilita o preparo das luvas. Além disso, esse processo garante a segurança dos preparadores.
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Confecção das luvas
Ademais, as luvas chamadas “Tipiti” são confeccionadas com palha de tucumã, fruto típico da Amazônia. Elas possuem espaços específicos para acomodar as formigas, sempre com os ferrões voltados para dentro, assegurando o desafio. Depois de prontas, as luvas são enfeitadas com penas de arara e gavião real, aves que simbolizam a força e a conexão com a natureza da etnia.
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Prova de resistência e maturidade
Para reanimar as formigas, os jovens sopram tabaco sobre os insetos, tornando-os novamente agressivos. Logo depois, os participantes precisam dançar por 30 minutos, usando as luvas recheadas de formigas, enquanto enfrentam a dor resultante. Sobretudo, esse rito marca a transição para a maturidade e o reconhecimento dos adolescentes como guerreiros na cultura Sateré-Mawé. Até a maioridade, os jovens passam por essa cerimônia 20 vezes, consolidando sua jornada cultural e física.