Austrália Meridional se tornou o primeiro estado a proibir o uso dos pequenos recipientes plásticos em formato de peixe, populares para armazenar molho de soja em restaurantes japoneses. O governo local afirma que a medida é parte de uma estratégia mais ampla para conter a poluição urbana e marinha causada pelo descarte de plásticos de uso único.
Conhecidos como “shoyu-tai”, esses frascos surgiram no Japão nos anos 1950 e se espalharam pelo mundo como item comum em sushis prontos e pedidos de delivery. Apesar da praticidade, o tamanho reduzido dificulta a reciclagem e faz com que grande parte acabe em aterros, ralos e no oceano.
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“Plásticos descartáveis são usados por poucos segundos, mas permanecem no meio ambiente para sempre. O pequeno porte desses recipientes aumenta a chance de serem carregados pelo vento ou pela água e se transformarem em lixo nas cidades e nas praias”, afirmou a ministra do Meio Ambiente local, Susan Close.
Comerciantes já vinham se adaptando desde a proibição de outros itens, como talheres e copos descartáveis. A restauratrice Abby Zhang relatou que os clientes reagiram de forma positiva às mudanças: “Substituímos os recipientes tradicionais por alternativas mais sustentáveis e o apoio foi extraordinário”.
O governo recomenda que estabelecimentos adotem sachês ou embalagens reutilizáveis e compostáveis. A dimensão do desafio é expressa pela fabricante japonesa Asahi Sogyo, que ainda produz cerca de um milhão desses recipientes por dia.
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Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o mundo gera mais de 400 milhões de toneladas de plástico anualmente, sendo metade destinada a produtos de uso único. Apenas 15% desse volume é recolhido para reciclagem, e menos de 10% de fato reaproveitado.
A nova legislação reflete a tentativa de reduzir a presença de microplásticos nos ecossistemas e incentivar hábitos de consumo mais conscientes.