O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira (8/9) que, assim como em 2024, o país celebrará o Natal a partir de 1º de outubro. O governo chama a iniciativa de uma forma de “defender a alegria do povo”, mas analistas apontam também um caráter político na decisão.
“Com alegria, comércio, cultura, canções natalinas, gaitas… É a maneira de defender a felicidade, o direito à vida e à alegria. Ninguém nos tirará isso”, declarou Maduro em seu programa transmitido pela TV estatal.
Não é a primeira vez que a Venezuela antecipa as festividades natalinas. Além de 2024, o país também celebrou o Natal mais cedo em 2020, durante a pandemia, e em 2013, ano em que Maduro assumiu a presidência.
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Especialistas observam que a medida costuma surgir em momentos de crise ou tensão política. No ano passado, por exemplo, o anúncio coincidiu com prisões de opositores que contestavam o resultado eleitoral.
O anúncio ocorre em meio a uma escalada de tensão com os Estados Unidos. No fim de agosto, os EUA deslocaram para o Caribe um esquadrão anfíbio, oito navios de guerra, 4.500 militares e até um submarino nuclear, em operação que a Casa Branca justifica como combate ao narcoterrorismo.
Washington acusa Maduro de liderar o chamado Cartel de los Soles, grupo apontado como responsável por tráfico internacional de drogas. O governo de Donald Trump chegou a oferecer US$ 50 milhões por informações que levem à prisão do presidente venezuelano.
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Diante do movimento, Caracas classificou a operação como ameaça e mobilizou militares e milícias para reforçar a defesa. “É uma situação semelhante ao que os EUA fizeram no Oriente Médio. Não é apenas um blefe”, avaliou o cientista político Maurício Santoro, especialista em relações internacionais.
Para críticos internos, a antecipação do Natal seria também uma forma de desviar a atenção da população diante da pressão econômica e política. Já para o governo, trata-se de valorizar tradições culturais e estimular o comércio local.