Um estudo científico sugere que a alta taxa de transtornos do espectro autista (TEA) em humanos pode estar relacionada a mudanças evolutivas no cérebro.
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O artigo, publicado na revista Molecular Biology and Evolution, revelou que certos neurônios e genes humanos evoluíram rapidamente, contribuindo para a neurodiversidade da espécie. Nos Estados Unidos, cerca de uma em cada 31 crianças foi diagnosticada com autismo, enquanto a Organização Mundial da Saúde estima que, globalmente, uma em cada 100 crianças tenha o transtorno.
Pesquisadores destacam que condições como autismo e esquizofrenia parecem exclusivas dos humanos, já que comportamentos relacionados a esses transtornos são raros em primatas. Além disso, essas condições envolvem habilidades cognitivas avançadas, como a fala e a compreensão complexa, características tipicamente humanas. Com o avanço do sequenciamento de RNA de célula única, os cientistas puderam estudar tipos específicos de células do cérebro.
Foi descoberto, então que os neurônios IT L2/3, muito comuns na camada externa do cérebro, evoluíram de forma acelerada em humanos. Essa evolução rápida está ligada a mudanças em genes associados ao autismo.
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Segundo o principal autor do estudo, Alexander L. Starr, “algumas das mesmas mudanças genéticas que tornam o cérebro humano único também tornam os humanos mais neurodiversos”. O fator sugere que a evolução do cérebro humano não apenas aumentou nossa capacidade cognitiva, mas também contribuiu para a diversidade neurológica que inclui o autismo.