Estudo revela que chimpanzés consomem álcool natural ao comer frutas fermentadas

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Uma pesquisa divulgada na última quarta-feira, 17 de setembro, revelou que chimpanzés em florestas africanas consomem pequenas doses de álcool ao se alimentar de frutas maduras naturalmente fermentadas. Segundo os cientistas, a quantidade ingerida equivale a cerca de meio litro de cerveja por dia.

O estudo, publicado na revista Science Advances, investigou os hábitos alimentares desses primatas. Os pesquisadores coletaram os frutos consumidos e mediram os níveis de etanol, a substância alcoólica derivada da fermentação do açúcar presente nos alimentos. Aleksey Maro, principal autor da pesquisa, explicou que os chimpanzés ingerem aproximadamente 14 gramas de álcool diariamente. Ele ressaltou: “Embora não seja uma dose insignificante, o etanol está diluído e vinculado ao alimento, o que reduz os efeitos típicos do álcool isolado”.

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Esses resultados reforçam a chamada “teoria do macaco bêbado”, proposta há mais de uma década pelo biólogo americano Robert Dudley, coautor do estudo. A hipótese sugere que a preferência humana por bebidas alcoólicas pode ter raízes evolutivas, herdadas dos primatas que desenvolveram tolerância ao etanol como vantagem adaptativa.

Inicialmente, a teoria enfrentou ceticismo na comunidade científica. No entanto, dados recentes mostram que alguns primatas escolhem alimentos com maior teor alcoólico quando têm opções disponíveis. Apesar disso, os cientistas ainda investigam se os chimpanzés buscam deliberadamente frutos fermentados ou apenas consomem o que encontram.

Os efeitos do consumo contínuo de pequenas doses de álcool em primatas selvagens ainda exigem estudos mais detalhados. Pesquisadores planejam novas análises para entender as implicações biológicas e comportamentais desse hábito.

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A pesquisa abre espaço para explorar a relação evolutiva entre primatas e o álcool. Além disso, oferece pistas sobre a origem do comportamento humano em relação a bebidas fermentadas, ampliando nosso entendimento sobre a conexão entre alimentação, evolução e comportamento.

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