O Departamento de Defesa dos Estados Unidos anunciou diretrizes que provocaram grande polêmica entre os profissionais da mídia. A partir de agora, repórteres credenciados que pretendam publicar conteúdos relacionados ao Pentágono deverão submeter previamente suas informações para aprovação oficial, mesmo quando baseadas em fontes anônimas ou não oficiais.
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As normas, descritas em um memorando de 17 páginas enviado a cerca de 90 jornalistas na última sexta-feira, 19 de setembro, preveem punições severas para quem desrespeitar as exigências — incluindo a perda do credenciamento e do acesso às instalações. Além disso, o documento restringe a circulação dos repórteres dentro da sede do Departamento de Defesa, já que várias áreas só poderão ser acessadas com acompanhamento de um escolta.
Essas medidas acrescentam obstáculos significativos à cobertura de temas ligados à segurança nacional e ampliam o controle governamental sobre informações sensíveis. Para muitos analistas, o cenário revela um avanço do poder estatal sobre a imprensa, o que gera preocupação com a liberdade de expressão e a transparência pública.
Segundo especialistas, as novas restrições refletem também a relação conflituosa entre Donald Trump e veículos de comunicação tradicionais. O ex-presidente acusava repetidamente a imprensa de promover uma cobertura enviesada contra sua gestão. Ademais, ele chegou a processar jornais como The New York Times e Wall Street Journal, além de comemorar a suspensão do programa do comediante Jimmy Kimmel, da emissora ABC, após críticas à sua administração. Com informações do The Washington Post.
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As regras passaram a ser interpretadas como uma forma de censura institucionalizada. Assim, reacenderam discussões sobre os limites da atuação do Estado, a função da mídia em uma democracia e os riscos de comprometimento da transparência governamental. Nesse sentido, o episódio marca mais um capítulo da tensão entre poder público e imprensa nos Estados Unidos.