Pesquisa aponta que horário de verão pode trazer riscos à saúde

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O horário de verão, adotado em diversos países como forma de economizar energia, pode ter impactos negativos na saúde da população. Um novo estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) analisou dados de mais de 300 milhões de pessoas nos Estados Unidos e concluiu que a prática pode aumentar a incidência de doenças como acidente vascular cerebral (AVC) e obesidade.

Segundo os pesquisadores, a eliminação das mudanças sazonais de horário poderia evitar mais de 300 mil casos de AVC e reduzir em mais de 2 milhões o número de obesos apenas no território americano.

O efeito no relógio biológico

O ajuste no relógio interfere diretamente no sistema circadiano, conhecido como “relógio biológico” humano. Esse mecanismo, altamente sensível à luz, regula o sono, o metabolismo e funções vitais. Alterações bruscas na exposição à luminosidade causam a chamada sobrecarga circadiana, associada a maior risco de problemas cardíacos, acidentes de trânsito, estresse metabólico e aumento da ingestão de alimentos.

“Você está realmente lidando com um risco que é tão raro quanto ganhar na loteria. Mas, se 350 milhões de pessoas apostarem no mesmo dia, alguém vai ganhar a loteria. Só que não é um prêmio que você gostaria de ganhar”, explicou o pesquisador Jamie Zeitzer, coautor do estudo, em entrevista ao Live Science.

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Cenários analisados

O estudo comparou três possibilidades:

  • horário padrão permanente, 
  • horário de verão fixo o ano todo, 
  • troca constante entre os dois formatos. 

As simulações mostraram que a alternância periódica foi a configuração mais prejudicial. Com a manutenção do horário padrão ao longo de todo o ano, os Estados Unidos poderiam evitar 2,6 milhões de casos de obesidade e mais de 300 mil AVCs. Já o horário de verão contínuo também traria benefícios, ainda que menores: redução de 1,7 milhão de casos de obesidade e 220 mil AVCs.

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Limitações e próximos passos

Os autores reconhecem limitações, como a ausência de variáveis relacionadas a desigualdades raciais, horários de trabalho atípicos e condições de saúde pré-existentes. Ainda assim, reforçam que a alteração do relógio é um fator que potencializa riscos em populações já vulneráveis.

O Brasil suspendeu o horário de verão em 2019. Com o novo estudo, a discussão sobre os efeitos dessa política volta a ganhar força, agora sob a perspectiva da saúde pública.

 

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