Um levantamento realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apontou que as populares marmitas de isopor são as maiores responsáveis pela poluição plástica na Praia Vermelha, um dos cartões-postais do Rio de Janeiro.
De acordo com o estudo, publicado nos Anais da Academia Brasileira de Ciências, 70% dos 32 tipos de partículas analisadas na areia eram fragmentos de poliestireno expandido, material leve e frágil usado em embalagens de comida. Outros plásticos, como polietileno e polipropileno — presentes em sacolas, tampas de garrafa e copos descartáveis — representaram de 12% a 18% das amostras.
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Como o estudo foi feito
Para identificar a origem dos resíduos, a equipe desenvolveu um protocolo adaptado às condições brasileiras, considerando fatores como clima, vento, marés e localização das áreas de coleta. O processo envolveu amostragem na linha de maré alta, flotação, microscopia óptica e análise por espectroscopia de infravermelho (FTIR).
A pesquisadora Marina Sacramento, coautora do estudo, destacou que a predominância do poliestireno foi um achado inesperado. “Embora fosse esperado encontrar microplásticos na Praia Vermelha, pela intensa visitação e proximidade de restaurantes e do Pão de Açúcar, a fonte principal identificada chamou atenção da equipe”, afirmou.
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Próximos passos
O trabalho reforça a importância de expandir as análises para além do litoral, incluindo rios, baías e cachoeiras, a fim de compreender a dimensão dos impactos dos microplásticos em diferentes ecossistemas do país.
Segundo os pesquisadores, medidas de conscientização e alternativas ao uso do isopor podem ser essenciais para reduzir a presença desse material em ambientes costeiros e preservar áreas turísticas de grande relevância ambiental e cultural.