O desenho South Park voltou a provocar polêmica com a estreia de “Conflict of Interest”, episódio da 27ª temporada que faz uma das sátiras mais ácidas já direcionadas a um líder estrangeiro. O alvo, desta vez, é o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, retratado de forma caricata e acusado de usar o judaísmo como escudo retórico para justificar suas ações no conflito Israel-Palestina.
Além da trama política, o episódio intercala situações absurdas que envolvem Donald Trump, Satanás e até o presidente da FCC, órgão regulador das comunicações nos EUA. Mas o fio condutor está em aplicativos de apostas que reduzem a guerra a um jogo de ganhos e perdas. Em uma das provocações, o público é convidado a apostar se “a mãe do Kyle bombardeará Gaza e destruirá um hospital palestino”.
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Confronto direto
Na narrativa, a personagem acaba invadindo o gabinete de Netanyahu e dispara:
“Quem você pensa que é, matando milhares e destruindo bairros, depois se escondendo sob o manto do judaísmo para fugir da crítica?”.
A crítica não poupa nenhum dos lados do conflito. Em outro momento, Kyle protesta contra a lógica das apostas:
“Judeus e palestinos não são times de futebol para apostar contra”.
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Sátira sem filtros
Conhecido por satirizar presidentes norte-americanos e figuras do cenário político dos EUA, South Park raramente coloca líderes estrangeiros no centro de episódios tão frontais. A escolha reforça a disposição dos criadores Trey Parker e Matt Stone de levar sua ironia a terrenos delicados, misturando humor escrachado e comentário social incisivo.
O episódio rapidamente ganhou repercussão internacional, reacendendo o debate sobre os limites da sátira quando ela toca em conflitos que ainda produzem consequências humanas devastadoras.