O Japão voltou a quebrar recordes de longevidade. Segundo o Ministério da Saúde do país, já são 99.763 pessoas com 100 anos ou mais, sendo impressionantes 87.784 mulheres — quase 88% do total.
Mas afinal, o que explica essa disparidade entre os sexos e os números tão elevados?
Dieta e estilo de vida ativo
Estudos apontam que a longevidade japonesa está ligada a menores índices de doenças cardíacas e alguns tipos de câncer, além de taxas baixas de obesidade. A explicação estaria em uma dieta tradicional com baixo consumo de carne vermelha e alto consumo de peixes, legumes e verduras.
Outro fator é o estímulo à atividade física. Desde 1928, o programa diário de ginástica Rádio Taiso, transmitido pela TV e pelo rádio, incentiva milhões de japoneses a se exercitarem em grupo, criando um hábito cultural que se mantém até a velhice.
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Mulheres vivem mais
A diferença entre homens e mulheres também tem explicação. Pesquisadores destacam que o índice de obesidade é particularmente baixo entre as japonesas, o que reduz a incidência de doenças vasculares. Isso pode justificar por que elas representam a esmagadora maioria dos centenários.
Mas nem tudo é exato…
Apesar da fama de longevidade, especialistas questionam a precisão dos números. Registros civis antigos pouco confiáveis e até fraudes familiares levantam dúvidas.
Em 2010, uma auditoria revelou mais de 230 mil pessoas registradas como centenárias que, na prática, não podiam ser localizadas — muitas já haviam morrido décadas antes. Em alguns casos, parentes omitiram óbitos para continuar recebendo pensões.
Longevidade real ou superestimada?
Mesmo com as inconsistências, há consenso de que os japoneses estão entre os povos mais longevos do mundo. E, embora os números exatos possam ser discutidos, a combinação de hábitos alimentares, vida ativa e políticas de saúde pública mantém o Japão no topo do ranking global de expectativa de vida.