Um novo estudo, publicado na última quarta-feira (23) no periódico Royal Society Open Science, apresenta novas evidências sobre a origem da roda, um dos maiores avanços tecnológicos da humanidade.
O historiador Richard Bulliet, da Universidade de Columbia, e sua equipe investigaram a evolução da roda e chegaram à conclusão de que sua invenção pode ter ocorrido nas Montanhas dos Cárpatos, por volta de 3.900 a.C. Essa região, que se estende da República Tcheca até a Romênia, revelou vestígios arqueológicos datados em cerca de seis mil anos.
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A pesquisa indica que os primeiros inventores da roda a criaram para atender à necessidade de transportar minério de cobre em terrenos difíceis. Para isso, eles implementaram inovações no transporte de cargas.
Como o estudo foi realizado?
A equipe, portanto, usou simulações computacionais para entender as fases de desenvolvimento das primeiras rodas, que ocorreram em três etapas principais.
Na primeira fase, os pesquisadores criaram um encaixe para os rolos no compartimento de carga. Isso resultou em um carrinho rudimentar, que não apenas evitava que a carga escorregasse, mas também eliminava a necessidade de reposicionar os rolos durante o movimento.
Em seguida, na segunda inovação, eles modificaram os rolos, que passaram a ter formato de carretel, com extremidades mais largas que o centro. Essa mudança, por sua vez, permitiu o desenvolvimento de um eixo fixo, o que reduziu o número de rolos e facilitou a navegação em terrenos difíceis.
Na terceira fase, os pesquisadores envolveram a separação das rodas e dos eixos. Isso aumentou a mobilidade e a independência na montagem dos veículos, além de melhorar a manobrabilidade. Consequentemente, esses avanços marcaram um ponto crucial na história do transporte e influenciaram inovações até a era dos automóveis.
Além disso, o estudo destaca que as condições ambientais das Montanhas dos Cárpatos incentivaram essas inovações. Embora esse modelo explique como a roda surgiu na Europa e como ela pode ter se espalhado a partir daí, a pesquisa indica que essa não é a última palavra sobre o assunto.
Por fim, Kai James, coautor do estudo e engenheiro aeroespacial, acredita que várias civilizações podem ter descoberto a roda de forma independente. Isso, sem dúvida, contribuiu para o desenvolvimento dessa importante inovação em diferentes partes do mundo.