Por séculos, sobretudo entre os séculos XVI e XIX, o corset dominou a moda feminina europeia e moldou não apenas o visual da época, mas também a saúde de inúmeras mulheres. A peça, feita com barbatanas rígidas de osso, metal ou madeira, servia para afinar a cintura e ressaltar o busto, seguindo padrões estéticos que associavam fragilidade à feminilidade. Contudo, essa busca pela silhueta perfeita cobrava um preço alto, já que o acessório comprimida órgãos internos, dificultava a respiração e limitava os movimentos básicos do corpo.
Estudos históricos e análises de esqueletos preservados mostram que o uso prolongado do corset podia provocar deformações nas costelas, mudanças na postura e até deslocamentos dos órgãos. Relatos da época descrevem mulheres que sofriam desmaios frequentes, resultado da redução da capacidade pulmonar, além de dores crônicas na coluna e na região abdominal. Apesar desses impactos, a pressão social mantinha o hábito vivo, já que abandonar o corset significava ir contra padrões considerados essenciais para a imagem de “boa sociedade”.
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Com o início do século XX e a ascensão de movimentos feministas, o corset perdeu força e passou a ser criticado como símbolo de opressão estética e controle sobre o corpo feminino. A moda começou a privilegiar roupas mais leves e funcionais, permitindo maior liberdade de movimento. Hoje, os corsets aparecem principalmente em contextos de moda alternativa ou eventos históricos, mas sua antiga influência continua a lembrar o quanto ideais de beleza já foram capazes de moldar — e deformar — a própria anatomia das mulheres.
