Durante mais de duas décadas, o canadense François Brunelle perseguiu um fenômeno intrigante: pessoas sem qualquer vínculo familiar, mas com feições tão semelhantes que poderiam facilmente ser confundidas como parentes. Assim, ele estruturou o projeto I’m Not a Look-Alike, que reúne duplas de completos desconhecidos com aparência quase idêntica, revelando como o acaso replica rostos ao redor do mundo.
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Ao longo do trabalho, Brunelle adotou câmera analógica e luz natural para criar retratos em preto e branco. Dessa forma, ele evidenciou a simplicidade dos encontros e, sobretudo, a força visual dessas coincidências. Os enquadramentos minimalistas chamam atenção para detalhes sutis — o mesmo contorno facial, uma expressão tranquila ou um sorriso levemente torto — características que poderiam passar despercebidas em um olhar apressado.
Além da estética, Brunelle explora a reação emocional diante desse “espelho” inesperado. Encontrar alguém que compartilha nossas feições, mas não nossa história, provoca reflexões sobre identidade, pertencimento e singularidade em um planeta com bilhões de pessoas. Assim, o projeto ultrapassa o registro fotográfico e mergulha no terreno das sensações humanas.
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Com o tempo, o trabalho de Brunelle percorreu continentes e alcançou diferentes culturas. Ver um “duplo” inesperado significa revisitar, ainda que de forma involuntária, aquilo que nos torna humanos. Afinal, a semelhança também nos conecta e revela como nossas histórias individuais podem dialogar de maneiras surpreendentes.
