Em meio ao intenso fluxo de lixo estrangeiro que chega diariamente a Kinshasa, na República Democrática do Congo, um grupo de artistas transforma o que muitos rejeitam em fonte de criação. O coletivo Noaku Ya La Vie Est Belle, idealizado pelo artista Eddy Ekete, reúne cerca de 25 integrantes formados na Academia de Belas Artes da capital congolesa. Além disso, o grupo consolidou um movimento que cresce justamente por dialogar com a realidade local.
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Garrafas plásticas, pedaços de automóveis, eletrônicos abandonados e até antigos CDs ganham novas funções nas mãos dos artistas. A partir desse conjunto de sucatas, eles criam trajes performáticos que evocam máscaras tradicionais africanas. Ademais, essas peças destacam temas urgentes, como injustiça social, exploração econômica e a crise ambiental que pressiona o país de forma crescente.
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O fotógrafo francês Stephan Gladieu, que acompanha o trabalho do coletivo, considera as figuras resultantes verdadeiras esculturas vivas. Conforme observa, o contraste entre a vasta riqueza natural do Congo e a dura realidade enfrentada pela população torna cada traje ainda mais simbólico. Assim, o que antes circulava como simples lixo passa a expressar resistência, identidade e, sobretudo, um grito criativo contra desigualdades que persistem.
