A experiência de sentir uma sensação estranha em já ter vivenciado uma situação específica nos deixa em dúvida muita das vezes. Esse fenômeno, conhecido como déjà vu, até hoje chama a atenção de cientistas e filósofos.
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De acordo com um artigo publicado pelo site The Conversation, a pesquisadora americana Anne Cleary, da Universidade Estadual do Colorado (EUA), destacou alguns experimentos feitos, com o objetivo de testar hipóteses sobre possíveis mecanismos que ocorrem o déjà vu.
“Investigamos uma hipótese quase centenária que sugeria que o déjà vu pode acontecer quando há uma semelhança espacial entre uma cena atual e uma cena não lembrada em sua memória. Os psicólogos chamaram isso de hipótese da familiaridade da Gestalt”, diz a cientista. Segundo ela, trata-se de vivenciar uma situação desconhecida, mas que apresenta “layout” (estrutura) similar a algo já vivido no passado.
Para avaliar esse pensamento, a equipe da cientista americana recorreu à realidade virtual para colocar os voluntários dentro de cenas que poderiam gerar o possível déjà vu. “Dessa forma, poderíamos manipular os ambientes em que as pessoas se encontravam. Algumas cenas compartilhavam o mesmo layout espacial, embora fossem distintas. Como previsto, o déjà vu era mais provável de acontecer quando as pessoas estavam em uma cena que continha o mesmo arranjo espacial de elementos de uma cena anterior que viram, mas não se lembravam”, explica Anne.
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A pesquisa, por sua vez, sugere que um fator contribuinte para o fenômeno neurológico pode ser a semelhança espacial de uma nova cena com outra na memória que não consegue ser lembrada no momento. Todavia, não significa que o layout parecido seja a única causa do déjà vu.
“Muito provavelmente, outros fatores podem contribuir para o que faz uma cena ou situação parecer familiar. Mais pesquisas estão em andamento para investigar possíveis fatores adicionais em jogo nesse fenômeno misterioso”, completou a cientista.