Não é para se secar! Descubra o verdadeiro motivo pelo qual os cachorros se sacodem quando estão molhados

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Se você já deu banho em um cachorro ou o viu saindo da piscina, certamente já notou o que vem em seguida: ele se sacode com força, espalhando água para todo lado! Mas, ao contrário do que parece, ele não faz isso para se secar.

Um estudo publicado na revista Science na última quinta-feira (7) revelou que esse reflexo está ligado a uma questão genética. Na prática, um receptor específico da pele, chamado C-LTMR, detecta o contato com líquidos e envia sinais ao sistema nervoso do animal, desencadeando o comportamento de tremor.

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Além disso, os cientistas observaram que esse instinto não é exclusivo dos cachorros. Outros mamíferos peludos, como gatos, esquilos, leões e até ursos, também se sacodem quando ficam molhados.

Como o estudo foi realizado

Para entender como isso acontece, a equipe do neurocientista Dawei Zhang, da Harvard Medical School, conduziu experimentos com camundongos.

Durante o estudo, os pesquisadores pingaram gotas de óleo na nuca dos camundongos, e quase todos eles se sacudiram em até dez segundos.

Em uma segunda fase, os cientistas modificaram geneticamente alguns camundongos, desativando em uns os receptores de toque leve, enquanto outros perderam a sensibilidade a mudanças de temperatura. Eles descobriram que os camundongos ainda sacudiam mesmo sem perceber variações térmicas, mas o reflexo diminuía significativamente na ausência dos receptores de toque, conhecidos como C-LTMRs.

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Em seguida, a equipe usou a optogenética, uma técnica que ativa células específicas através de luz, para estimular os C-LTMRs diretamente, sem a necessidade de um estímulo líquido. Quando os cientistas ativaram esses receptores de baixo limiar, os camundongos sacudiram como se estivessem molhados, confirmando a função desses receptores no comportamento.

Nos seres humanos, esses receptores atuam em sensações suaves. Em outros animais, no entanto, representam uma linha de defesa do corpo, alertando contra sujeiras ou parasitas.

Por fim, o estudo concluiu que, ao detectar “objetos estranhos” dobrando os pelos, os C-LTMRs ativam um comando inconsciente que faz o animal se sacudir. Nos testes, camundongos com C-LTMRs reduzidos apresentaram uma diminuição de cerca de 50% nos tremores ao sentir gotas de óleo na pele.

Agora, o estudo investiga se esses receptores também afetam os humanos. “Há uma reação comum de tremor ao toque leve na parte de trás do pescoço em humanos – só não está claro se esse tremor está relacionado ao que um cachorro molhado pode sentir antes de tremer”, afirma Zhang.

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