A despedida oficial do Sol em partes do Alasca marca, desde já, um dos períodos mais curiosos do planeta: mais de sessenta dias sem que o astro ultrapasse o horizonte. Entre as regiões afetadas, Utqiagvik, localizada muito além do Círculo Polar Ártico,volta a vivenciar o fenômeno anual da noite polar. Conforme a inclinação da Terra empurra o hemisfério norte para longe da luz durante o inverno, o dia 19 de novembro registrou o último pôr do sol de 2025, inaugurando semanas de escuridão contínua no sentido astronômico, sem amanhecer ou anoitecer.
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Isso não significa escuridão absoluta. Ainda assim, ao longo do dia, o horizonte recebe um brilho tênue do crepúsculo civil, quando a luz indireta suaviza a paisagem. Além disso, a rotina muda bastante: moradores passam a depender mais do relógio do que da luminosidade natural, e tarefas simples — como dirigir, caminhar ou manter o bom humor — exigem nova adaptação. Entretanto, nesse período, a aurora boreal assume o protagonismo e colore o céu ártico com tons vibrantes que, de certa forma, compensam a ausência prolongada do Sol.
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A luz plena só deve voltar em 22 de janeiro de 2026, quando o Sol finalmente cruzará o horizonte após mais de dois meses afastado. Até lá, Utqiagvik permanece mergulhada em uma experiência típica das regiões extremas do planeta, lembrando que a inclinação terrestre de 23,5 graus produz alguns dos fenômenos mais dramáticos e marcantes do inverno no extremo norte.
