Amostra da missão Apollo 17 é estudada 50 anos após coleta na Lua

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Em dezembro de 1972, a missão Apollo 17 levou astronautas à última visita humana à superfície da Lua. Na ocasião, foram coletadas amostras do solo lunar que, cinco décadas depois, continuam fornecendo respostas inéditas. Uma dessas amostras, mantida preservada por mais de 50 anos, foi analisada recentemente e os resultados foram publicados no Journal of Geophysical Research: Planets.

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O mistério do “Light Mantle”

O material estudado foi retirado de uma área peculiar do satélite natural conhecida como Light Mantle (“manto leve”), uma faixa de apenas 5 km localizada no Maciço Sul da Lua. Desde sua descoberta, essa região intriga cientistas por apresentar sinais de um antigo deslizamento de terra — fenômeno considerado raro em um corpo celeste sem atmosfera e sem erosão como a Lua.

A nova pesquisa sugere que o evento pode ter sido provocado pelo impacto de um asteroide, possivelmente o mesmo que formou a cratera Tycho, uma das mais proeminentes da Lua. Outras hipóteses incluem impactos menores na região ou até atividade sísmica lunar.

Tecnologia moderna em material histórico

As análises foram conduzidas por Giulia Magnarini, cientista do Museu de História Natural de Londres, que utilizou técnicas de tomografia computadorizada, raios-X e varreduras de alta resolução. O avanço tecnológico permitiu acessar informações que não estavam disponíveis nas décadas anteriores.

“Esta pesquisa é uma forma de continuar o legado das missões Apollo mais de 50 anos depois, fornecendo uma ponte para o programa Artemis”, afirmou Magnarini. O programa Artemis é a iniciativa da NASA que pretende levar novamente astronautas à Lua até 2030.

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Lições para o futuro

Além de expandir a compreensão sobre a geologia lunar, o estudo reforça a importância da preservação cuidadosa de amostras espaciais. Segundo Magnarini, as práticas aprendidas com o material da Apollo 17 serão fundamentais para coletar, armazenar e manipular novas amostras em futuras missões.

A cientista acrescenta ainda que os detritos expelidos pela formação da cratera Tycho podem ter atingido o Maciço Sul, desencadeando o deslizamento que deu origem ao Light Mantle. “Atualmente, estamos investigando essa possibilidade como parte de uma pesquisa em andamento sobre a história geológica da Lua”, concluiu.

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