Os números da dengue estão batendo recordes neste ano no Brasil, e foram registrados cerca de 6,5 milhões de casos prováveis até o início do último mês de outubro, de acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde.
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Um novo estudo, inclusive, foi feito com o objetivo de constatar os motivos pelo qual houve o aumento gigantesco dos casos. Christovam Barcellos, do Observatório de Clima e Saúde, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), foi o responsável pelo trabalho, publicado no Scientific Reports da Nature.
O pesquisador revelou que as ondas de calor causadas pelas mudanças climáticas associadas à urbanização incompleta e a circulação de pessoas em determinadas áreas têm forte influência na recente progressão da dengue no Brasil.
“No interior do Paraná, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul, o aumento de temperaturas está se tornando quase permanente. A gente tinha cinco dias de anomalia de calor, agora são 30 dias de calor acima da média ao longo do verão. Isso dispara o processo de transmissão de dengue, tanto por causa do mosquito quanto pela circulação de pessoas”, disse Christovam.
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O estudo realizado recorreu a técnicas de mineração de dados para avaliação da associação entre anomalias térmicas, fatores demográficos e mudanças nos padrões de incidência de dengue ao longo de um período de 21 anos (de 2000a 2020) nas microrregiões do país.