Camada de ozônio pode se recuperar totalmente em breve; veja a projeção

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A camada de ozônio, localizada entre 20 e 35 km de altitude na estratosfera, voltou a dar sinais de recuperação mais consistentes. Segundo dados divulgados pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), os níveis globais de ozônio na atmosfera atingiram em 2024 seu patamar mais alto em décadas, reforçando a expectativa de que a proteção natural da Terra contra a radiação ultravioleta esteja totalmente restaurada em meados deste século.

Avanços recentes

De acordo com o Boletim de Ozônio e Radiação Ultravioleta, publicado anualmente pela OMM:

  • O valor médio global de ozônio em 2024 superou o observado entre 2003 e 2022.

  • No Ártico, as concentrações ficaram entre 55 e 60 unidades Dobson acima da média, tornando a camada cerca de 14% mais espessa do que a registrada entre 1960 e 2023.

  • A radiação ultravioleta de verão no Hemisfério Norte caiu em relação à média histórica, com reduções de até 5% em alguns locais.

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Projeções de recuperação

  • 2040: recuperação total em grande parte do planeta

  • 2045: recuperação no Ártico

  • 2066: recuperação na Antártida

Na Antártida, o chamado déficit de massa de ozônio — quanto da substância deixou de estar presente na atmosfera — foi de 46,1 milhões de toneladas em setembro de 2024. Embora ainda elevado, o número ficou abaixo da média registrada entre 1990 e 2020 e apresentou recuperação mais rápida após períodos críticos de perda.

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Ação global fez diferença

O avanço só foi possível graças ao Protocolo de Montreal (1987), que reduziu drasticamente o uso dos clorofluorocarbonos (CFCs) — compostos químicos presentes em sprays, refrigeradores e espumas. Estima-se que 99% das substâncias nocivas à camada de ozônio já foram eliminadas.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou a importância da cooperação internacional:

“Há quarenta anos, as nações se uniram para dar o primeiro passo na proteção da camada de ozônio. Hoje, ela está se recuperando. Essa conquista nos lembra que, quando as nações acatam os alertas da ciência, o progresso é possível.”

Fatores naturais que ajudaram

Além das políticas ambientais, fenômenos como o El Niño, a Oscilação Quase-Bienal, o aumento da atividade solar e uma circulação estratosférica mais intensa também contribuíram para a melhora recente.

 

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