Após 15 anos de pesquisas, cientistas confirmaram a existência de uma nova espécie de arraia-manta: a Mobula yarae, que passa a integrar o grupo ao lado das já conhecidas Mobula alfredi e Mobula birostris. A nova espécie habita exclusivamente o Oceano Atlântico, com registros no Brasil, México e Estados Unidos — incluindo localidades como Ilha Comprida (SP), Natal (RN) e Fernando de Noronha (PE).
O nome da espécie é uma homenagem à personagem folclórica Yara, associada à água e ao encanto. A descoberta foi liderada pela bióloga marinha Andrea Marshall, da Marine Megafauna Foundation (MMF), que já havia descrito uma segunda espécie de arraia-manta em 2009.
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A confirmação veio em 2017, quando um exemplar da Mobula yarae foi encontrado morto na Flórida, possibilitando análises morfológicas detalhadas. A nova espécie se diferencia por padrões únicos na coloração, estrutura facial, guelras e tamanho.
Participação brasileira e alerta ambiental
O estudo, publicado na revista Environmental Biology of Fishes, teve participação significativa de pesquisadoras brasileiras, com destaque para Nayara Bucair, que assumiu a liderança após Andrea sofrer um AVC em 2024.
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Nayara celebrou a descoberta, mas alertou para as ameaças à sobrevivência das arraias-manta, como a pesca predatória, poluição marinha, emaranhamento em redes e os efeitos das mudanças climáticas. Segundo ela, a proteção dessa espécie é urgente, especialmente diante da exploração crescente dos ecossistemas costeiros.