Cientistas desenvolvem partícula de oxigênio que, se injetada, permite viver sem respirar

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Após 15 anos de pesquisa, o Dr. John Kheir, cardiologista do Hospital Infantil de Boston, e o pesquisador Yifeng Peng desenvolveram uma inovação revolucionária: partículas de oxigênio que podem ser injetadas diretamente na corrente sanguínea para fornecer oxigênio a pacientes em situações críticas. Inspirados por uma experiência pessoal de Kheir, em que ele cuidou de uma jovem que faleceu devido a complicações por pneumonia, eles buscaram uma alternativa aos métodos tradicionais de oxigenação, que muitas vezes falham em situações de emergência.

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Durante anos, médicos tentaram encontrar maneiras de fornecer oxigênio rapidamente quando a hipoxemia, ou falta de oxigênio no sangue, se tornava fatal. Em casos de parada cardíaca ou respiratória, quando os métodos tradicionais como a ventilação mecânica não funcionam, até 40% das paradas cardíacas hospitalares são causadas pela falta de oxigênio. A nova descoberta é um método eficaz, injetando uma microbolha de gás que transporta oxigênio para a corrente sanguínea, melhorando significativamente a chance de sobrevivência e prevenindo danos aos órgãos vitais.

Testes realizados em laboratório revelaram que as micropartículas de oxigênio, pequenas o suficiente para passar sem obstruir os capilares, podem sustentar animais privados de oxigênio por até 15 minutos, ajudando a prevenir a parada cardíaca e danos irreversíveis. Essas partículas de oxigênio são projetadas para se dissolver rapidamente ao entrar em contato com o pH do sangue, sendo excretadas sem prejudicar a circulação.

Apesar da ideia de injetar gás na corrente sanguínea parecer perigosa, Kheir e Peng encontraram um método de dissolução rápida que torna essa técnica segura e eficaz. As microbolhas são projetadas para liberar a dose exata de oxigênio quando necessário, oferecendo uma solução potencialmente controlável para emergências de hipoxemia.

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Essa descoberta abre portas para uma nova era na medicina de emergência e, futuramente, no tratamento de outras condições críticas. Além de revolucionar a administração de oxigênio, o conceito também pode ser adaptado para outros gases e outras situações médicas, expandindo as possibilidades desse tipo de tecnologia.

Agora, com financiamento da Harvard Medical School, Kheir e Peng estão próximos de iniciar os testes clínicos e acreditam que essa inovação pode salvar inúmeras vidas. “Essa não é apenas uma solução para problemas médicos específicos. É uma plataforma com vastas aplicações, com muitos outros gases a serem explorados”, afirma Kheir. A medicina pode estar prestes a testemunhar uma transformação no tratamento de emergências críticas.

Fonte: Boston Children’s Hospital

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