A osteo-odonto-queratoprótese pode parecer improvável, mas representa um dos avanços mais notáveis da medicina moderna. Essa técnica revolucionária devolve a visão a pacientes com danos severos na córnea, para os quais os transplantes convencionais não oferecem solução.
O procedimento começa com a extração de um dente, geralmente um canino, acompanhado por um pequeno pedaço de osso da mandíbula ou da maxila. Os médicos esculpem essa estrutura para que acomode uma lente no centro. Em seguida, o dente é implantado na bochecha do paciente, onde permanece por algumas semanas. Esse tempo permite a formação de vasos sanguíneos ao redor da peça, tornando-a biologicamente integrada ao corpo.
Enquanto isso, um fragmento da mucosa da bochecha é preparado para cobrir a lente que substituirá a córnea danificada. Após um período de dois a quatro meses, o dente modificado é transferido para o olho do paciente. Esse processo, embora complexo, oferece uma alternativa para pessoas que perderam a visão e não têm outras opções viáveis.
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Desenvolvida pelo oftalmologista italiano Benedetto Strampelli, essa técnica é rara, mas extremamente eficaz. Um estudo realizado entre 1969 e 2011 demonstrou que 94% dos implantes permanecem funcionais por muitos anos após a cirurgia. Dessa forma, a osteo-odonto-queratoprótese se destaca como uma solução inovadora, devolvendo não apenas a visão, mas também a qualidade de vida a muitos pacientes.