Coelhos robôs são nova arma de cientistas para atrair e capturar pítons na Flórida

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Uma abordagem inusitada está sendo testada por pesquisadores da Universidade da Flórida para enfrentar um dos maiores desafios ambientais do estado: o avanço descontrolado das pítons birmanesas. Para tentar conter a população da espécie invasora, cientistas recorreram ao uso de coelhos robóticos movidos a energia solar.

As cobras, originárias do sudeste asiático, se instalaram na região após décadas de comércio de animais exóticos e se tornaram predadoras dominantes nos ecossistemas do sul da Flórida, especialmente no Parque Nacional de Everglades. Sem inimigos naturais, elas têm causado desequilíbrio ambiental e dizimado populações inteiras de mamíferos nativos, como o coelho-do-brejo (Sylvilagus palustris), uma de suas presas preferidas.

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O projeto, iniciado em julho, liberou 40 desses coelhos robôs nos pântanos. Equipados com motores, aquecedores e sensores de movimento, os dispositivos simulam não apenas os movimentos, mas também a temperatura corporal dos coelhos reais — o que desperta o interesse das serpentes.

A estratégia é simples: ao detectar o movimento e o calor do robô, a píton se aproxima, ativando sensores que alertam os pesquisadores. As informações são então usadas para localizar e capturar os animais. A alternativa surgiu após tentativas anteriores — como torneios de caça e armadilhas manuais — mostrarem resultados limitados.

Robert McCleery, professor da Universidade da Flórida e coordenador do projeto, comentou a motivação por trás da iniciativa. “Depois de dez anos trabalhando nos Everglades, você se cansa de apenas documentar o problema. Você quer agir. E nossos parceiros aceitaram testar ideias que podem parecer excêntricas à primeira vista”, afirmou.

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Tentativas anteriores com coelhos reais mostraram bons resultados, mas a criação e o manejo dos animais em larga escala se revelaram inviáveis. A adoção da tecnologia robótica, além de ser mais eficiente, elimina custos com alimentação e cuidados constantes.

Embora a erradicação completa das pítons seja considerada improvável, os pesquisadores enxergam nas tecnologias inovadoras uma chance de reduzir o impacto ecológico da espécie. Caso a primeira fase dos testes com os robôs não atinja os resultados esperados, uma nova etapa já está prevista, com o uso de odores que imitam o cheiro dos coelhos reais.

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