Um estudo publicado na revista científica Brain revelou que, por meio de terapia genética, pode ser possível restaurar a função dos receptores de cor localizados na retina em crianças que nasceram com quadro de daltonismo.
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Segundo o site americano EurekAlert, crianças com acromatopsia, problema genético que afeta as células cone, que com os bastonetes, são fotorreceptores presentes nos olhos e responsáveis pela percepção de cor, apontaram que pessoas com acromatopsia são daltônicas, enquanto também possuem uma visão geral muito ruim e sofrem de fotofobia.
No estudo, foram avaliados quatro jovens com acromatopsia, entre 10 e 15 anos. Estes pesquisadores utilizaram terapias genéticas direcionadas a genes específicos conhecidos por estarem associados à acromatopsia. A ideia era entender se o tratamento era seguro, além de testar a melhoria da visão.
Os resultados ainda não foram compilados, e a eficácia geral ainda precisaria ser determinada, informa o EurekAlert. Cada uma das quatro crianças foram tratadas com terapia genética em um olho, permitindo que os médicos comparassem a eficácia da terapia no olho não tratado. Após um período de 6 a 14 meses de tratamento, foi registrada forte evidência de sinais no córtex visual do cérebro que seriam provenientes dos cones no olho tratado em dois adolescentes.
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Segundo o site americano, os pacientes não apresentavam evidências de função dos cones. Após o tratamento, a visão dos pacientes se assemelhava à dos participantes do grupo de controle, que enxergavam normalmente. Os pesquisadores, por tanto, afirmam que não podem confirmar a ineficácia da terapia nos outros dois participantes, nem se algum efeito do tratamento pode não ter sido detectado pelos testes.
“Em nossos ensaios, estamos testando se fornecer terapia genética na juventude pode ser mais eficaz enquanto os circuitos neurais ainda estão se desenvolvendo. Nossas descobertas demonstram plasticidade neural sem precedentes, oferecendo esperança de que os tratamentos possam ativar funções visuais usando vias de sinalização que estão inativas há anos”, explicou o pesquisador Michel Michaelides, da Universidade College de Londres, no Reino Unido, um dos autores do estudo.