Cuidados com a saúde auditiva é uma forma de retardar o declínio cognitivo e prevenir o surgimento da demência, e de acordo com uma pesquisa científica realizada no Brasil, a descoberta pode ajudar a reduzir o número de casos de Alzheimer no futuro.
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A perda auditiva geralmente tem início na meia-idade e é um fator de risco reconhecido para demências, ao qual ocorre em função da audição ser uma importante via de entrada de informação para o cérebro. Quando interrompido, áreas importantes deixam de ser estimuladas, podendo acelerar o declínio cognitivo.
Além disto, os problemas de audição podem levar ao isolamento social. Os fatores ligados ao trabalho são um dos principais responsáveis pela perda auditiva, em função da exposição a ambientes com muito barulho. Em contrapartida, o uso de fones de ouvido com volume muito alto também prejudica a audição.
Durante o estudo, os participantes realizaram testes de audiometria, uma medida objetiva da qualidade da audição, três vezes ao longo dos oito anos de investigação. No mesmo período, foram realizados testes de memória, linguagem e função executiva, que aferiram a associação entre perda auditiva e declínio cognitivo acentuado.
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“A perda auditiva é o que chamamos de fator de risco modificável para as demências, entre elas Alzheimer, exatamente por ser passível de identificação e correção. Em 2050, a previsão é que mais de 70% das pessoas com demências vivam em países de baixa e média renda, como o Brasil. Por isso, é importante ter estudos que identifiquem a nossa realidade e os fatores passíveis de prevenção. Além do peso individual, há também uma carga coletiva. Não tem como o Brasil e outros países de baixa e média renda envelhecerem com demência”, detalhou Claudia Suemoto, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e autora do estudo.