A diabetes crônica é tratável, mas em locais com poucos recursos pode se tornar uma doença terminal. A especialista Arantxa Bujanda, da Universidade Pública de Navarra, explicou em um artigo publicado no site The Conversation, os desafios enfrentados em países como a África do Sul, onde a falta de tratamento adequado coloca em risco a saúde de milhares de pessoas. Ela afirmou: “A diabetes é considerada uma doença crônica tratável, mas pode tornar-se uma sentença de morte em contextos com menos recursos.”
Nos países desenvolvidos, as tecnologias, como os monitores contínuos de glicose, têm melhorado o controle da doença. No entanto, na África do Sul, os recursos são limitados. Insulinas antigas e a falta de tiras de glicose complicam o controle diário. “Com apenas quatro medições diárias de glicose, é impossível identificar padrões claros e ajustar as doses de insulina com precisão”, destacou Bujanda. Isso aumenta o risco de complicações graves e morte precoce.
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A desigualdade no tratamento da diabetes vai além dos recursos médicos. Muitas pessoas enfrentam dificuldades econômicas e sociais que prejudicam o controle da doença. Bujanda compartilhou o caso de um paciente que, devido à falta de recursos, não sabia como contar os carboidratos. “Ele expressou sua vontade de aprender e nos disse: ‘Eu só quero viver’.”
O controle da diabetes
O controle da diabetes exige mais do que medicação. A falta de apoio social, psicológico e econômico dificulta a vida dos pacientes. “Controlar uma doença como a diabetes exige muito mais do que medicação”, reforçou Bujanda.
Mesmo com poucos recursos, os profissionais de saúde se esforçam para proporcionar o melhor atendimento possível. Porém, Bujanda argumentou que “as tecnologias de gestão da diabetes não devem ser um luxo exclusivo de países ou pessoas com maior poder de compra”. A especialista defende um modelo de saúde global mais justo, com investimento em tecnologias acessíveis e programas de educação em saúde.
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Por fim, ela conclui: “A vida das pessoas com esta ou outras doenças não deve ser determinada pelo acaso.” Além disso, ela reforça que, sem as condições adequadas, a diabetes crônica pode se tornar terminal.