Uma pesquisa científica surpreendeu ao trazer o cocô de pinguim como aliado na luta contra o aquecimento da Antártida. Segundo pesquisadores, as fezes dessas aves liberam amônia, um gás que ajuda na formação de nuvens sobre o continente gelado.
++ Saiba qual cidade brasileira pode se tornar a 2ª mais quente do mundo em 25 anos
O estudo, liberado por Matthew Boyer, cientista atmosférico da Universidade de Helsinque, na Finlândia, explicou que a amônia já era conhecida por contribuir para a formação de nuvens em laboratório, mas carecia de comprovação.
Assim como outras aves marinhas, os pinguins eliminam um tipo de fezes líquidas chamado guano, uma mistura de excrementos e urina liberada pela cloaca rica em amônia. Deste modo, quando o gás se mistura com compostos de enxofre liberados pelo fitoplâncton (pequenos organismos que vivem no mar), aumenta a formação de partículas minúsculas no ar, chamadas aerossóis, essenciais para que as nuvens se formem.
Para medição desse processo, a equipe instalou equipamentos na Base Marambio, na Ilha Seymour, localizada na ponta da Península Antártica. Durante três meses de verão, época em que os pinguins estão em colônias e o fitoplâncton floresce, os cientistas monitoraram o vento, os níveis de amônia e a quantidade de aerossóis no ar.
++ 12 esqueletos são encontrados durante escavação de igreja em Portugal
A concentração de amônia continuava alta por mais de um mês, devido ao solo encharcado de guano, que funcionava como uma “fonte lenta” do gás. As medições mostraram que, sempre que o vento vinha da colônia, havia aumento na quantidade de partículas no ar, com nuvens tão densas que, às vezes, formavam névoas visíveis. A análise das partículas confirmaram a origem da amônia vinda do cocô dos pinguins.