Um estudo liderado pela Universidade de Columbia, em parceria com a Universidade Johns Hopkins e a Academia Chinesa de Ciências, revelou que as mudanças climáticas podem elevar significativamente os níveis de arsênio inorgânico (tóxico) no arroz, especialmente na Ásia.
O trabalho, publicado no periódico The Lancet Planetary Health, alerta para riscos sérios à saúde pública até 2050, caso o aquecimento global ultrapasse os 2°C.
Sob uso de experimentos em campo com 28 variedades de arroz ao longo de uma década, os cientistas demonstraram que o aumento da temperatura e dos níveis de CO₂ altera a química do solo e favorece a absorção de arsênio pelas plantas.
Esse elemento tóxico está associado a diversas doenças, incluindo câncer de pulmão, bexiga e pele, além de problemas cardiovasculares, diabetes, distúrbios neurológicos e complicações na gravidez. A China, inclusive, deve ser a região mais afetada com uma projeção de 13,4 milhões de novos casos ao longo da vida até 2050.
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Mediante a perspectiva, os autores do estudo recomendam ações como o melhoramento genético de cultivares de arroz para reduzir a absorção de arsênio, manejo adequado do solo, melhorias no processamento do grão e campanhas de saúde pública voltadas para o monitoramento e a conscientização sobre os riscos.