A ideia de viajar no tempo, muitas vezes relegada à ficção científica, pode ter fundamentos teóricos no universo físico, segundo um estudo publicado recentemente. Lorenzo Gavassino, físico da Universidade Vanderbilt, argumenta que condições extremas de gravidade poderiam distorcer o espaço-tempo, permitindo a formação de loops temporais que possibilitariam viagens ao passado.
Essas trajetórias, conhecidas como “curvas fechadas do tipo tempo”, são previsões da teoria da relatividade geral de Albert Einstein. Em situações teóricas, como em buracos negros em rotação, tais curvas poderiam surgir e permitir que uma nave espacial retornasse a momentos anteriores no tempo.
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Apesar de essas condições não parecerem presentes em escala universal, efeitos gravitacionais locais, como os gerados por massas rotativas, oferecem pistas intrigantes sobre a possibilidade de tais fenômenos.
Uma das maiores barreiras para a ideia de viagem no tempo são os paradoxos lógicos que ela gera, como o famoso “paradoxo do avô”, que questiona o que aconteceria se alguém alterasse eventos do passado de forma a impedir sua própria existência.
Gavassino propõe que flutuações quânticas poderiam resolver esses dilemas ao modificar a entropia – o princípio que distingue o passado do futuro e governa processos irreversíveis, como o envelhecimento e a formação de memórias. Segundo o estudo, essas flutuações em loops temporais poderiam reverter a entropia, apagando eventos contraditórios e mantendo a coerência histórica.
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Embora a pesquisa traga novos olhares sobre o tema, a existência prática desses loops temporais permanece incerta. O físico Stephen Hawking já havia sugerido, por meio da “conjectura de proteção cronológica”, que as leis da física poderiam impedir a formação de tais fenômenos.
Mesmo assim, Gavassino defende que explorar esses cenários teóricos ajuda a entender melhor os fundamentos da física, especialmente no campo da termodinâmica quântica.
“Estudar loops temporais, mesmo que não existam na realidade, pode revelar insights valiosos sobre a natureza do universo e os limites do nosso conhecimento científico”, afirmou o pesquisador.