Novo estudo sugere que pessoas com TDAH podem ter expectativa de vida reduzida

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Um estudo publicado no British Journal of Psychiatry revelou que pessoas com TDAH podem ter uma expectativa de vida menor do que neurotípicos (quem não tem a condição). Homens com a condição vivem, em média, 6,8 anos a menos. Para mulheres, a diferença é de 8,6 anos. A pesquisa analisou dados de mais de 9 milhões de adultos no Reino Unido, entre 2000 e 2019, incluindo 30.039 diagnosticados com TDAH e 300.390 neurotípicos.

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Diferentemente de estudos anteriores, como o realizado em 2018, que não consideravam registros de óbitos, esta investigação usou dados reais de saúde. O transtorno, caracterizado por desatenção, hiperatividade e impulsividade, afeta áreas acadêmica, social e profissional. Ele também aumenta o risco de problemas como depressão, abuso de substâncias e comportamento impulsivo, que podem impactar a longevidade.

O que dizem os autores do estudo?

Segundo Joshua Stott, um dos autores, a dificuldade em controlar impulsos pode levar a comportamentos de risco, como fumar e beber em excesso. Ele destacou, ao The Guardian, que o sistema de saúde precisa se adaptar, já que adultos com TDAH frequentemente enfrentam barreiras em consultas ou necessitam de tratamentos específicos. No The New York Times, Stott reforçou a necessidade de atenção à sensibilidade sensorial e comunicação desses pacientes.

Russell Barkley, autor de uma meta-análise de 2022 publicada no JAMA Pediatrics, destacou que as mortes por causas não naturais, como suicídios e acidentes, são 2,81 vezes mais frequentes em pessoas com TDAH. Barkley enfatizou que o TDAH não deve ser considerado uma condição infantil, mas um transtorno que demanda controle contínuo para assegurar qualidade de vida.

Apesar de estimativas indicarem que 3 a 4% dos adultos tenham TDAH, apenas uma pequena parte foi diagnosticada. Segundo a nova pesquisa, apenas 0,32% dos diagnosticados nos dados analisados tinham um diagnóstico prévio, revelando que muitos desconhecem sua condição. Esses achados refletem uma mudança recente no entendimento do TDAH, especialmente entre mulheres e pessoas pretas, frequentemente negligenciadas no diagnóstico, conforme observa o estudo.

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O diagnóstico e o tratamento eficaz são passos cruciais para enfrentar esses desafios. Reconhecer o TDAH como uma condição que persiste na vida adulta é essencial para melhorar a saúde e aumentar a expectativa de vida.

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