Um experimento recente foi atrás de uma das mais conhecidas teorias sobre a origem da vida na Terra e propõe um mecanismo alternativo para a formação das primeiras moléculas orgânicas essenciais.
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Baseada em uma versão atualizada do experimento de Miller-Urey, cientistas sugerem que micro-raios gerados em névoas de água podem ter sido responsáveis por iniciar reações químicas fundamentais há bilhões de anos.
A hipótese em questão foi apresentada por uma equipe liderada pelo químico Dr. Richard Zare, da Universidade Stanford, em pesquisa publicada na revista Science Advances. Segundo os pesquisadores, o fenômeno elétrico em escala microscópica seria mais frequente e contínuo do que os raios atmosféricos, historicamente considerados um dos principais catalisadores da chamada “sopa primordial”.
O estudo partiu da estrutura experimental, com enfoque em descargas elétricas em escala micro, entre gotículas de água com diâmetro entre 1 e 20 micrômetros. “As gotículas maiores são carregadas positivamente. As menores são carregadas negativamente. Quando as partes com cargas opostas ficam próximas, os elétrons podem saltar de uma para outra”, explicou o Dr. Zare, em entrevista à CNN.
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Apesar de não trazer descobertas químicas inéditas, a pesquisa impõe a viabilidade de outro mecanismo natural para a síntese de moléculas orgânicas a partir de compostos inorgânicos. “Não descobrimos nenhuma nova química”, afirmou Zare. “O que fizemos, pela primeira vez, foi observar que pequenas gotículas de água emitem luz e geram essa centelha. E essa centelha desencadeia todo tipo de transformação química”, pontuou.