Pesquisa desvenda ligação entre olfato e audição no cérebro e sua relação com o autismo

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Cientistas do Cold Spring Harbor Laboratory, nos Estados Unidos, divulgaram nesta segunda-feira (6) uma pesquisa que explora como o olfato e a audição interagem no cérebro, especialmente em contextos de comportamento social. A investigação focou no entendimento de como essas conexões sensoriais podem ser alteradas em pessoas com transtorno do espectro autista (TEA).

Para realizar o estudo, os pesquisadores analisaram cérebros de camundongos durante um comportamento conhecido como recuperação de filhotes — um processo que combina a capacidade de identificar os filhotes pelo cheiro e som. A descoberta central foi a atuação da amígdala basal, uma região envolvida no aprendizado e na interpretação de sinais sociais e emocionais, que se conecta ao córtex auditivo.

Durante o experimento, foi observado que os neurônios da amígdala basal carregam informações olfativas para o córtex auditivo, onde se fundem com estímulos sonoros, como os gritos dos filhotes. Essa fusão sensorial é essencial para desencadear uma resposta adequada no comportamento maternal.

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No entanto, quando os sinais de cheiro foram bloqueados, a resposta dos camundongos ao som dos filhotes foi significativamente prejudicada, interrompendo quase completamente o comportamento de recuperação.

Os cientistas sugerem que o córtex auditivo filtra os estímulos recebidos com base em informações sociais e emocionais provenientes da amígdala basal. Essa integração pode estar comprometida em condições como o autismo, onde a interpretação de sinais sociais é frequentemente desafiada.

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“Achamos que muitas áreas do cérebro colaboram nesse comportamento e que ele é rigidamente controlado”, afirmaram os autores da pesquisa. A equipe agora planeja aprofundar o estudo sobre as conexões entre essas regiões para compreender melhor como o autismo pode impactar a percepção social e os mecanismos sensoriais.

O estudo, publicado na revista Current Biology, destaca avanços na compreensão do cérebro e abre caminho para futuras investigações sobre como diferentes sentidos influenciam comportamentos complexos.

 

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