Pesquisadores detectaram três eventos intensos de poeira vinda do deserto do Saara para a Amazônia. No primeiro trimestre deste ano, o grupo identificou casos em que a concentração de partículas foi cerca de 5 vezes maior que o comum para o período.
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Os registros, feitos pela equipe do Observatório da Torre Alta da Amazônia (ATTO), apontaram uma estrutura de 325 metros localizada na Estação Científica de Uatumã, a 150km de Manaus. O local é equipado com sensores que monitoram a floresta de minuto a minuto.
As partículas de poeira viajam mais de 5 mil km entre a África e a América em um processo que leva de uma a duas semanas, e ocorre quando os ventos se encontram na Zona de Convergência Intertropical, uma faixa de baixa pressão atmosférica localizada próxima à Linha do Equador.
“A intensidade desses episódios é bastante variável na Amazônia, pois depende da quantidade de poeira lançada na atmosfera no Saara, da velocidade do vento ao longo do transporte, e, principalmente, da precipitação, pois a chuva remove as partículas da atmosfera”, explicou Rafael Valiati, doutorando no Instituto de Física da USP que monitora os dados do ATTO, em um comunicado.
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O fenômeno é comum e, de acordo com os pesquisadores, é melhor observado no primeiro semestre do ano. Desta forma, as concentrações de poeira atingiram valores 5 vezes maiores que a média do período, que é de 4 μg/m³, chegando a marcar de 15 a 20 μg/m³.