Pessoas que receberam transplantes de órgãos relatam ter herdado preferências, emoções e até memórias de seus doadores

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Pesquisadores do Hospital Universitário de Jidá, na Arábia Saudita, investigam se receptores de transplantes podem herdar memórias e traços de personalidade dos doadores. A hipótese surgiu após relatos de mudanças nas emoções, preferências alimentares e até novos medos, compatíveis com os doadores. Esse fenômeno é mais comum em transplantes cardíacos, mas também ocorre com outros órgãos.

“O campo do transplante de órgãos, particularmente o transplante cardíaco, trouxe à tona fenômenos interessantes que desafiam as concepções tradicionais de memória, identidade e consciência”, disseram os pesquisadores em um artigo científico publicado em abril deste ano no Cureus Journal of Medicine Science.

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Em alguns casos, as mudanças são surpreendentes. Um menino de 9 anos que recebeu o coração de uma garota de 3 anos desenvolveu o medo de água, apesar de nunca ter sido informado sobre o histórico do doador. Outra mulher, que recebeu um coração de um homem vegetariano, passou a abominar carne após o transplante.

Principais hipóteses

Os pesquisadores acreditam que o coração compartilha células com o cérebro, o que poderia explicar essas transformações. Os estudos sugerem que, ao receber o órgão, o receptor também recebe traços de personalidade do doador. A teoria do “cérebro do coração” é respaldada por evidências de comunicação entre coração e cérebro, mas ainda carece de mais investigações.

Pesquisadores da Universidade McGill, no Canadá, apontam que os medicamentos imunossupressores utilizados pelos receptores de órgãos podem alterar o apetite e influenciar mudanças nas preferências alimentares. Eles também destacam que o estresse da cirurgia pode causar alterações no comportamento dos pacientes, impactando suas perspectivas de vida, inclusive em relacionamentos pessoais.

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Esses fenômenos desafiam a visão tradicional sobre memória e identidade. A descoberta pode abrir novas possibilidades tanto para o estudo da neurociência quanto para a compreensão da experiência humana. Mais pesquisas são necessárias para aprofundar esse conceito e melhorar o tratamento de pacientes transplantados.

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