A pressão por respostas na neurociência levou diversos pesquisadores a publicar artigos sem comprovações científicas.
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Um programa desenvolvido para detectar esses artigos falsos apontou que a maioria está passando despercebida pela revisão por pares. No campo científico, essa revisão se fundamenta em avaliar um trabalho acadêmico com base em outro estudo do mesmo campo.
Através da inteligência artificial, a equipe de pesquisadores responsáveis pelas constatações treinaram uma máquina com o intuito de procurar vários sinais de alerta comumente vistas em artigos falsos enviados a revistas científicas.
Quando essa ferramenta alcançou 90% de precisão, ela passou a ser usada para vasculhar cerca de 5.000 artigos médicos e de neurociência publicados em 2020. Como resultado, ela apontou 28% dos conteúdos como provavelmente inventados ou plagiados.
A cada 100 documentos com sinais de alerta identificados por esse recurso, cerca de 63 eram realmente falsos e 37 eram verdadeiros. “É muito difícil de acreditar”, disse Bernhard Sabel, neuropsicólogo da Universidade Otto-von-Guericke de Magdeburg, na Alemanha. “Como o problema ainda é percebido como pequeno (uma estimativa de 1 em 10.000 publicações), os editores e as sociedades científicas estão apenas começando a ajustar os procedimentos editoriais, de revisão por pares e de publicação”, afirmaram os pesquisadores.