A saudade pode nos despertar centenas de emoções, e ser associada a lembranças, e um estudo feito com a participação de um neurocientista brasileiro mostrou que há a possibilidade do sentimento agir como um recurso para amenizar sintomas em pacientes com depressão.
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A pesquisa foi feita fruto de uma parceria entre os pesquisadores do King’s College de Londres, no Reino Unido, e o brasileiro Jorge Moll Neto, neurocientista e idealizador do IDOR Ciência Pioneira, uma iniciativa independente de investimento em pesquisas de ponta.
Observar a saudade sob essa perspectiva é indispensável, visto que a ideia de usar esse sentimento como aliado para o tratamento de sintomas da depressão pode parecer inusitada, principalmente por sua associação à carga emocional melancólica.
Acessar músicas, livros e filmes antigos, por exemplo, pode trazer à tona a nostalgia e a admiração, além de muitas vezes lembrar de tempos felizes. A partir de diversas concepções psicológicas, trouxe, então, a investigação de uma possibilidade inédita de tratamento da depressão.
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No estudo, a equipe de pesquisadores observou 39 indivíduos com sentimentos intensos e recorrentes de autocrítica e autoculpabilização, que são sintomas comuns em quadros de depressão, e costumam estar acompanhados por baixa autoestima e sensação de desesperança. Contudo, a pesquisa considerou participantes que não possuíam um diagnóstico clínico formal.
Para os cientistas, uma vez que essa emoção era apresentada no final do vídeo, ela era capaz de ajudar a mudar o tom emocional do material, incentivando uma reflexão mais leve e menos negativa dos participantes. Assim, os pesquisadores levantaram a hipótese de que a saudade pode ser usada como um recurso emocional na psicoterapia, durante as discussões levantadas.