Sinais de água em marte eram falsos, revelam estudos

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Desde a década de 1970, imagens capturadas da órbita de Marte revelaram faixas escuras que cortam as encostas de penhascos e as paredes de crateras. À primeira vista, alguns cientistas interpretaram essas formações como possíveis sinais de fluxos de água líquida. Afinal, tal hipótese sugeria que o planeta poderia oferecer condições mínimas para abrigar vida. Contudo, essa explicação inicial começou a perder força diante de evidências mais recentes.

Um estudo recente analisou aproximadamente 500 mil dessas formações sinuosas registradas em imagens de satélite. Após uma investigação detalhada, os pesquisadores concluíram que os traços não resultam de fluxos de água, mas sim de processos totalmente secos.

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Segundo os dados reunidos, essas marcas surgem quando a poeira fina da atmosfera marciana se acumula em terrenos inclinados. Diversos fatores contribuem para isso, incluindo rajadas de vento, impactos de meteoritos e pequenos terremotos. Esses elementos provocam o deslizamento da poeira, que acaba moldando padrões visuais semelhantes aos deixados pela água.

Adomas Valantinas, pesquisador de pós-doutorado em ciências planetárias na Universidade Brown, destaca um aspecto curioso: “Partículas microscópicas de poeira podem formar padrões parecidos com fluxos sem a presença de líquidos”, explicou. Conforme ele relata, a poeira extremamente fina, ao se mover, pode fluir, se ramificar e formar estruturas semelhantes a dedos — tudo isso sem qualquer gota de água envolvida.

A equipe baseou sua análise em cerca de 87 mil imagens de satélite capturadas entre 2006 e 2020, utilizando a câmera da sonda Mars Reconnaissance Orbiter, da NASA. As faixas observadas chamam a atenção por surgirem de forma abrupta e desaparecerem ao longo do tempo.

Em geral, essas formações variam de 600 a 775 metros de comprimento e frequentemente se ramificam ou desviam de obstáculos no terreno. Tais características reforçavam, inicialmente, a hipótese da água, mas agora são entendidas como manifestações de uma dinâmica seca e única da poeira marciana.

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Embora a explicação atual afaste a presença de água, ela também abre espaço para novas perguntas sobre o comportamento atmosférico e geológico de Marte. Nesse sentido, os padrões observados continuam a oferecer pistas valiosas para os cientistas que buscam compreender melhor a complexidade do planeta vermelho.

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