Na Terra, ventos equivalentes aos de um furacão de categoria 5 já são devastadores. Em Vênus, porém, velocidades ainda maiores são parte da rotina.
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A atmosfera do planeta gira cerca de 60 vezes mais rápido que sua superfície, fenômeno conhecido como super-rotação. Uma equipe de pesquisadores estão em busca de explicar essa dinâmica há décadas, mas alguns mecanismos permanecem pouco compreendidos.
Em um artigo publicado na AGU Advances, sugerem que um ciclo diário de maré atmosférica, impulsionado pelo aquecimento solar. Para investigar o fenômeno, os cientistas analisaram dados coletados entre 2006 e 2022 pelas sondas Venus Express, da Agência Espacial Europeia, e Akatsuki, da agência espacial japonesa.
Ambos os satélites estudam como a atmosfera venusiana desvia ondas de rádio, permitindo medir sua dinâmica interna. O grupo também recorreu a um modelo numérico para simular a super-rotação.
O foco do trabalho foram as marés térmicas, cujos padrões atmosféricos fora, gerados pelo aquecimento solar. As marés diurnas e semidiurnas já eram apontadas como possíveis mantenedoras da super-rotação, ao transportar momento atmosférico.
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A nova pesquisa, que inclui a primeira análise do hemisfério sul venusiano, indica que as marés diurnas têm papel central ao empurrar momento em direção ao topo das nuvens, o que sugere que são elas as principais responsáveis pelos ventos extremos.
