Teoria de Stephen Hawking sobre buracos negros é confirmada após meio século

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Uma das previsões mais célebres de Stephen Hawking, feita em 1971, acaba de ser confirmada por cientistas mais de 50 anos depois. A hipótese de que a área da superfície de um buraco negro nunca diminui foi validada a partir de observações recentes feitas pela colaboração internacional LIGO-Virgo-KAGRA.

O resultado veio após a detecção de ondas gravitacionais registradas em 14 de janeiro de 2025, quando dois buracos negros localizados a 1,3 bilhão de anos-luz da Terra colidiram. O evento, batizado de GW250114, forneceu a evidência mais robusta já obtida para a chamada “lei da área” de Hawking.

De acordo com o estudo, publicado na Physical Review Letters, a área total dos dois buracos negros antes da fusão era de cerca de 240 mil km². Depois da colisão, o novo buraco negro resultante atingiu aproximadamente 400 mil km² — quase o dobro. O dado confirma a previsão de Hawking de que, mesmo após a liberação de energia em forma de ondas gravitacionais, a “fronteira” dos buracos negros não diminui.

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Tecnologia e precisão inéditas

Segundo os pesquisadores, os avanços no LIGO permitiram essa medição inédita. Os detectores são capazes de registrar alterações no espaço-tempo menores que um décimo do tamanho de um próton. “Podemos ouvir o sinal com clareza, e isso nos permite testar as leis fundamentais da física”, explicou Katerina Chatziioannou, professora da Caltech e integrante da equipe.

Kip Thorne, físico e colaborador de Hawking, destacou o caráter histórico da confirmação: “Se Hawking estivesse vivo, teria se deliciado ao ver a área dos buracos negros fundidos aumentar”.

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Implicações além da teoria

O avanço reforça a ligação entre a área de um buraco negro e sua entropia, relação proposta nos anos 1970 por Hawking e Jacob Bekenstein, considerada um dos primeiros passos rumo à unificação da relatividade geral com a mecânica quântica.

Desde a primeira detecção de ondas gravitacionais, em 2015, já foram observados cerca de 300 eventos semelhantes. Hoje, o LIGO é capaz de registrar, em média, uma fusão de buracos negros a cada três dias.

Para os cientistas da colaboração LVK, essa confirmação não apenas valida uma teoria histórica, mas também funciona como homenagem a Hawking, falecido em 2018, que não chegou a ver sua hipótese ser confirmada em vida.

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