A infância na pré-história: descobertas revelam como as crianças viviam

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Embora o conceito de infância varie entre culturas e épocas, há uma essência comum que associa essa fase a aprendizado, curiosidade e brincadeiras. Mas como teria sido a infância na pré-história? Descobertas arqueológicas indicam que as crianças não eram invisíveis ou isoladas, mas integravam as dinâmicas sociais e culturais de suas comunidades.

Vestígios encontrados em sítios arqueológicos europeus revelam o envolvimento das crianças em atividades do dia a dia. Em La Garma, na Espanha, pegadas datadas de 16.500 anos foram atribuídas a crianças de seis a sete anos, sugerindo movimentações em grupo, possivelmente durante brincadeiras ou explorações.

No estuário do Severn, na Grã-Bretanha, foram identificadas centenas de pegadas do período Mesolítico, das quais quase um terço pertence a crianças. Algumas delas, com cerca de quatro anos, parecem ter brincado enquanto acompanhavam os adultos em trilhas de pesca. Sulcos em cavernas da França também indicam que crianças eram levantadas por adultos para interagir com as paredes rochosas, criando marcas que atravessaram milênios.

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A iconografia da pré-história reforça a ideia de que as crianças faziam parte ativa das comunidades. Artefatos como a placa de La Marche, na França, trazem imagens que podem representar crianças em atividades coletivas, como danças. Outras descobertas do Neolítico incluem representações de bebês e mulheres grávidas, além de cenas que sugerem o cuidado infantil como parte do cotidiano.

Em pinturas rupestres, crianças são retratadas caminhando com adultos ou sendo carregadas, o que reflete sua inserção nos grupos familiares e comunitários.

Assim como nos dias atuais, as crianças pré-históricas interagiam com o mundo ao seu redor por meio de brincadeiras. Esculturas de animais feitas em osso ou chifre encontradas na caverna de Isturitz, na França, podem ter servido como brinquedos educativos, ajudando as crianças a compreender os animais da região.

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Brinquedos mais elaborados, como discos de osso decorados conhecidos como rodetes, também foram descobertos. Esses objetos eram usados como chocalhos ou instrumentos de percussão e, ao girarem, representavam o movimento de animais, misturando diversão e aprendizado.

Com o surgimento da cerâmica no Neolítico, novos tipos de brinquedos foram criados. Ídolos de olhos, comuns no período Calcolítico, podem ter sido usados como bonecos ou figuras de corujas feitas pelas próprias crianças. É provável que outros brinquedos, como bonecas de madeira ou barro, também tenham existido.

As evidências sugerem que a infância na pré-história não era apenas uma fase de sobrevivência, mas também de integração social, aprendizado e expressão cultural. Através de brincadeiras, representações artísticas e interações com o ambiente, as crianças desempenhavam um papel importante na transmissão de conhecimentos e valores em suas comunidades.

 

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