A peculiar síndrome que faz homens acreditarem na retração do próprio órgão genital tem desafiado especialistas em saúde mental e antropologia por décadas. Conhecida como “koro” em partes da Ásia, essa condição já gerou pânico em massa, como o ocorrido em Singapura em 1967, quando centenas de homens acreditaram que estavam sofrendo de um encolhimento fatal.
As crises de “koro” são associadas a fatores culturais e psicológicos, sendo classificadas como transtornos mentais específicos de algumas culturas. Em Singapura, o episódio se intensificou com rumores de que a carne de porcos vacinados seria a causa, levando à queda abrupta nas vendas de carne suína.
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Esses distúrbios, chamados de síndromes ligadas à cultura, não se limitam ao “koro”. Outros exemplos incluem o hwa-byung, comum na Coreia do Sul, relacionado à repressão de sentimentos de injustiça, e o reflechi twòp, no Haiti, que envolve reflexões obsessivas sobre problemas pessoais.
A medicina ocidental tradicionalmente marginalizou essas condições, classificando-as como curiosidades regionais. Porém, estudos recentes revelam que fatores culturais não apenas moldam a forma como essas síndromes são expressas, mas também influenciam sua biologia.
Os casos de “koro”, por exemplo, mostram como o pânico pode levar a comportamentos extremos, como lesões autoinfligidas na tentativa de conter a suposta retração genital. Já o hwa-byung apresenta impactos mensuráveis no cérebro, enquanto o reflechi twòp é associado a altos índices de depressão e pensamentos su*cidas.
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Esses fenômenos ressaltam como o sofrimento psicológico e emocional pode ser interpretado e vivenciado de maneiras profundamente influenciadas pela cultura, desafiando a universalidade das classificações tradicionais da psiquiatria ocidental.