Nas décadas de 1950 e 1960, o público se encantou com quadros de crianças de olhos desproporcionalmente grandes, que rapidamente se tornaram uma sensação comercial. Embora as obras circulassem sob o nome de Walter Keane, quem realmente dava vida às figuras era sua esposa, Margaret. Ela trabalhava de forma discreta, enquanto Walter assumia o protagonismo, recebia elogios e acumulava lucros — um acordo que, apesar de conveniente para ele, sufocava a verdadeira artista.
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Com o tempo, Margaret decidiu romper o silêncio e, portanto, levou o caso à Justiça. Durante o julgamento, surgiu uma prova decisiva: o juiz solicitou que ambos pintassem diante do tribunal para demonstrar suas habilidades. Walter se recusou alegando dores no ombro; entretanto, Margaret finalizou sua pintura em menos de uma hora, revelando com clareza seu talento e dissipando qualquer dúvida sobre a autoria das obras.
A partir dessa vitória, Margaret recuperou seus direitos autorais e, igualmente, passou a receber o reconhecimento pelo qual havia esperado durante anos. Sua história chamou a atenção do cinema e inspirou o filme Big Eyes (2014), dirigido por Tim Burton, que explorou tanto sua luta por crédito quanto o impacto emocional e profissional dessa reviravolta.
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Atualmente, as obras de Margaret Keane atraem admiradores não apenas pelo estilo marcante, mas também pela força de sua trajetória. Afinal, sua persistência transformou injustiça em reconhecimento e consolidou um legado que continua a inspirar debates sobre autoria, liberdade criativa e coragem individual.
