Seis cidadãos norte-americanos foram detidos nesta sexta-feira (27) pela polícia da Coreia do Sul após tentarem lançar ao mar cerca de 1.600 garrafas plásticas contendo arroz, cédulas de dólar e exemplares da Bíblia com destino à Coreia do Norte. A ação ocorreu na Ilha de Ganghwa, próxima à fronteira marítima entre os dois países, e foi revelada pelo New York Post.
De acordo com as autoridades sul-coreanas, os envolvidos são investigados por possíveis infrações à Lei de Segurança e Gestão de Desastres. Até o momento, os nomes dos detidos não foram divulgados, e não há informações sobre conexões com organizações religiosas ou grupos ativistas internacionais.
Prática recorrente e tensão diplomática
Enviar mensagens, itens simbólicos ou ajuda humanitária à Coreia do Norte por meio de balões ou garrafas lançadas ao mar é uma prática conhecida entre grupos ativistas da Península Coreana. Contudo, tais ações são frequentemente criticadas por autoridades sul-coreanas, que temem represálias do regime de Kim Jong-un.
Em resposta a essas iniciativas, Pyongyang costuma retaliar com o envio de balões contendo lixo e material orgânico. Em 2023, dois desses balões chegaram a cair no complexo presidencial sul-coreano em Seul, aumentando a tensão entre os países.
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Disputa jurídica e medidas do governo
Embora a Corte Constitucional da Coreia do Sul tenha revogado, em 2023, uma lei de 2020 que criminalizava o envio de materiais ao Norte, classificando a proibição como inconstitucional, o governo do presidente Lee Jae Myung adotou novos mecanismos legais para conter essas atividades. A prioridade, segundo o governo, é evitar confrontos desnecessários e garantir a segurança dos moradores de regiões fronteiriças.
No início de junho, um outro ativista sul-coreano já havia sido detido na mesma região por lançar balões em direção ao território norte-coreano.
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Conflito congelado
Apesar do cessar-fogo assinado em 1953, que encerrou a Guerra da Coreia, os dois países permanecem tecnicamente em estado de guerra, uma vez que nunca firmaram um tratado de paz. Desde sua eleição, Lee Jae Myung tem defendido o recomeço do diálogo com o regime do Norte, e já suspendeu medidas de provocação como o uso de alto-falantes com mensagens contra Pyongyang ao longo da fronteira.
